Em 1997, quando eu ainda trabalhava na Tecnogran, a empresa
iria começar as obras do piso do Walmart de Bauru e solicitou que eu fizesse a
implantação do sistema de tarefeiros entre os colocadores de piso; como já era
feito com os pedreiros de alvenaria e reboco na construção civil.
Antes os colocadores de piso eram registrados como pedreiros
e recebiam por hora trabalhada e hora extra conforme CLT . Este processo não
estava gerando produtividade e necessitava de muito mais mão de obra e de tempo
para executar a mesma área de piso. Era comum ver pedreiros sentados
tranquilamente esperando por argamassa ou placas de piso para fazer seu
trabalho; era só o encarregado ou mestre que gerenciava a produção e os famosos
“nózinhos” eram comuns. A produção média de um assentador era de 25 a 30 m² de
piso por dia.
Convencer os assentadores acostumados a trabalhar por hora á
passar a trabalhar por metro quadrado de piso assentado não foi uma tarefa fácil
na época; embora eu soubesse que eles iriam ganhar mais no final do mês, eles
ainda não confiavam no que iriam produzir e tinham medo de acabar tendo que
receber menos do que vinham recebendo.
Reunimos todos os assentadores no canteiro e junto com proprietário
da empresa apresentamos a proposta que foi logo recebida negativamente com
desconfiança; foi quando eu propus uma aposta: Eu tenho certeza que vocês irão
ganhar mais, mas se no final do mês, a produção que for medida para vocês der
menor que o salário que vocês já vêm recebendo, eu pago o salário.
Como eles não tinham nada a perder, aceitaram a aposta. Foi
a primeira empresa de grande porte a ter colocadores de piso/m². No final do
mês ganharam quase o dobro do que ganhavam antes e a empresa ficou satisfeita porque
conseguiu cumprir o prazo e aumentar a produção.
A partir daí, todas as obras de grande porte foram
executadas por colocadores recebendo por m² de piso assentado.
Hoje é comum um colocador assentar mais de 60 m² de piso em
um dia.
Se agora tem reclamação desse sistema, seja por falta de
subordinação, cumprimento de horários, dificuldade de comando ou por alguns
assentadores de grande produtividade ganhar mais que os encarregados...
A culpa é minha!!!
Boas Obras!!!
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