domingo, 26 de julho de 2020

Estória de uma História: Onde Começou a Planicidade


No final da década de 80 chegou ao Brasil novos sistemas de armazenagem, com prateleiras altas que necessitavam que o piso fosse bem plano porque uma pequena variação de nível no piso faria com que a empilhadeira não conseguisse pegar os estoques nas prateleiras mais altas; então trouxeram para o Brasil uma técnica de execução e aferição da planicidade dos pisos de concreto.

A primeira obra que iniciou este sistema foi a Atlantis, hoje Rickit Benckeiser, fabricantes de produtos como Veja, Poliflor, Nugget entre muitos outros.

Na época, foram contratadas as empresas Etergran para execução do piso (empresa na qual eu trabalhei) e a Fagin, do Sr. Marco Antonio Fagin para fazer a consultoria e controle; foi a primeira obra no Brasil a ser usado o dipstick, onde o meu amigo Carlos Alberto Tomaselli começou a dar os primeiros passos rumo á consultoria de pisos operando este aparelho.

Era tudo muito mais difícil que hoje, os equipamentos não tinham o atual desenvolvimento; os panos de piso só poderiam ter 4m de largura, porque não existiam réguas vibratórias treliçadas para atingir grandes larguras; as réguas eram feiras de ferro, tipo trilho de trem com o motor no meio; eram fabricadas artesanalmente por encomenda e só atingiam 4m.

Não existiam alisadoras á gasolina, muito menos de grande tamanho ou dupla; eram com diâmetro em torno de 60 cm, movidas á eletricidade; com o cabo de energia passando pelas costas do operador; chamávamos as alisadoras de bambolê.

As pás alisadoras não tinham regulagem de inclinação para dar acabamento, então, entortava-se as pás para dar ângulo, e eram usados vários bambolês, em torno de seis, um com cada ângulo de inclinação em suas pás para atingir um piso mais plano.

Aí avaliava-se a planicidade com o dipstick, que a peãozada da obra apelidou de caranguejo, e por incrível que pareça, apesar dos equipamentos disponíveis; e pela rigorosidade do Fagin em fazer minuciosamente o processo correto de concretagem e acabamento; os níveis de planicidade extraídos foram muito bons.

Este é o registro da primeira obra de piso de concreto no Brasil executada com exigência e controle de planicidade.

Boas obras!!!!



domingo, 19 de julho de 2020

Que dureza!!!! Pisos Cimentícios e a Escala de Mohs


Os pisos cimentícios tem sua resistência a abrasão de acordo com os agregados que compõe a sua formulação.

No desenvolvimento de um piso que não precisasse de cera para sua manutenção, a Segato desenvolveu os pisos FMS (Free Maintenance System) com agregados de basalto, gnase e quartzo; são materiais mais duros que o mármore e conservariam o brilho do polimento; porém, os arquitetos não especificaram muito porque os pisos não ficavam totalmente brancos como os com mármore na composição.

A Segato também desenvolveu o piso Revin com basalto e quartzo para uso industrial, todos eles com menos de 3mm/1000 de desgaste no ensaio laboratorial de abrasão no aparelho de Amsler.

A classificação de dureza de um mineral está relacionada na escala de Mohs que vai desde o talco, material mais mole com dureza 1 até o diamante, material mais duro com dureza 10




Veja a dureza de alguns agregados usados na composição de pisos cimentícios:

O mármore, composto essencialmente por calcita, tem dureza relativa 3.

O quartzo está relacionado na escala com dureza 7.

O gnase, constituído predominantemente por minerais mais duros como quartzo (dureza 7) e feldspato (dureza 6) tem dureza entre estas duas dependendo da porcentagem de cada um dos minerais.

O basalto na escala de Mohs tem uma dureza que pode variar de aproximadamente de 4,8 a 6,5.

A ardósia, pode riscar o topázio, mas não o coríndon, e, por isso, encontra-se no nível 8,5 da escala.

A limalha de ferro tem a dureza 4, semelhante da Fluorita.

Para lixar ou polir um piso, precisamos ter ferramentas com durezas superiores aos agregados do piso; por isso é usado como abrasivo nas máquinas de polimento o carborundum, em torno de 9,5 na escala de Mohs e as ligas metálicas com carbeto de silício, este último tem a dureza semelhante ao diamante. 

Por isso que as ferramentas metálicas de polimento são chamadas de diamantes; na verdade diamantes sintéticos; mas aviso:

Não dá para fazer anel!!!

Boas Obras!!!

domingo, 12 de julho de 2020

Estória de uma História – 1ª obra com Endurecedor de Superfície


A primeira obra que acompanhei com aplicação de endurecedor de superfície foi em 1996, na Usina de Tabaco da Souza Cruz em Santa Cruz do Sul – RS, em uma obra da Construtora Wislling Gomes.

Na época o piso de concreto industrial ainda não tinha a tecnologia atual e os panos de piso de concreto eram alisados com acabadoras simples.

Foi ali que eu vi chegar um japonês comandando uma turma, com um monte de rodo, uma bomba de dedetização e um galão escrito Ashford Fórmula - Surface Hardener; eu fiquei só observando o pessoal trabalhar.

Naquele tempo a finalidade do endurecedor era mais para que o concreto não soltasse pó do que aumentar a resistência propriamente dita, embora era por isso que não soltava mais o pozinho indesejado.

Confesso que na hora não acreditei em nada daquilo, pois o pessoal borrifava o produto em cima do concreto e logo em seguida lavava tudo; aí pensei comigo, “nem acabaram de aplicar o produto e já estão tirando???”.

Santa ignorância minha, depois descobri que este procedimento é para o concreto liberar o hidróxido de cálcio que reage quimicamente com o produto, gerando um composto que preenche os vazios do concreto aumentando sua resistência superficial. Este é o princípio da nanotecnologia.

Boas Obras!!!!

domingo, 5 de julho de 2020

Norma de Piso Elevado em Revisão


A Norma ABNT NBR 15805 – 2015 – Pisos Elevados de Placas de Concreto está sendo revisada; no último dia 29/6 foi instaurada a Comissão de Estudos para a sua revisão.

Esta revisão foi uma demanda do mercado, para que os requisitos da Norma de Pisos Elevados estejam em conformidade com os requisitos da Norma de Desempenho e uma atualização com a evolução do produto.

A Comissão de Estudos da qual também faço parte será presidida pelo sr. Eduardo Brandão, e secretariado pelo sr. Ronaldo Meyer, os mesmos que dirigiram com eficiência a Norma de Pisos Assentados de Placas de Concreto.

Um texto base para a revisão já foi elaborado por um grupo de estudos, tornando assim, as reuniões para a efetivação do Projeto de Norma mais ágeis e rápidas.


As Comissões de Estudos são formadas de Produtores, Consumidores (construtoras, revendas...) e Neutros (projetistas, arquitetos, laboratórios...), sendo muito importante a participação de todos na comissão, colaborando com suas opiniões para que tenhamos o melhor resultado.

As reuniões serão virtuais, o que facilita a participação; sendo de seu interesse, inscreva-se para participar no CB-18 – Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados.

Após a revisão ser executada pela Comissão de Estudos, o Projeto de Norma irá para uma Consulta Nacional, que é uma consulta pública onde também todos os interessados poderão dar a aprovação ou reprovar fazendo seus comentários e ressalvas.

Esses procedimentos são feitos para execução e aprovação de todas as Normas ABNT.

As Normas são leis que indicam um padrão de qualidade; trazendo assim, um melhor produto a ser consumido pela sociedade.

Boa Obras!!!!

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